Mestre Aderbal de Ashogun, fez aniversário no último dia 27/06. Ele utiliza dos saberes e tecnologias ancestrais das matrizes africanas e das raízes do candomblé a arte plástica e as pesquisas acadêmicas como ferramentas de combate as mudanças climáticas e as descriminações religiosas.
O mais novo de quatro irmãos, o mestre de cultura tradicional premiado pelo IPHAN (Instituto do Património Histórico Artístico Nacional), artista plástico, professor, músico e produtor cultural, carrega e dá continuidade aos ensinamentos de sua mãe, Beatriz Moreira Costa, a Mãe Beata de Yemanjá, escritora, militante e ativista que fundou a Rede Afroambiental em 1992. Naquela época, ela também representou os Povos de Terreiro ao discursar na Eco-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, evento realizado no Rio de Janeiro que completou 30 anos em 2022.
“Eu ouvi o discurso do Fidel Castro e aquilo mudou minha vida, em que ele fala que o homem é uma espécie biológica que se encontra em risco e tinha que agir para que acabe a fome e não o homem”, afirma ao apontar o discurso do então presidente cubano que atrelava à colonização de países periféricos como uma das principais causas da pobreza global. Ele afirma que “chamar o candomblé de religião é muito pouco para nós. Minha mãe usou esse sincretismo religioso para sobreviver, mas para mim, chamar de religião é dizer ‘quero ser colonizado’, só que eu não sou isso”, aponta. “A espiritualidade que a gente vive é conhecimento.”
A presença das ancestralidades africanas e as figuras femininas na sua vida foram grandes influências. “Eu fui criado por uma mãe que lutou pelo direito das mulheres, que ensinava para a gente tudo que era arte, não importava se você era menino ou menina, tinha que fazer tudo”, afirma. “A gente cantava, tocava, dançava, preparava a comida dos santos, e foi essa formação que me deu base como artista plástico, como mestre de cultura tradicional, como intelectual do povo para questionar a academia.”
Ele criou o Programa Oku Abo, que significa Espaço Sagrado na língua iorubá, que promove esses cursos e vivências de práticas e costumes tradicionais de herança africana. Onde ele passou a pesquisar como manter a cultura tradicional e um programa ambiental, com a finalidade de observar como as oferendas impactavam a natureza. A iniciativa foi premiada pelo Iphan em 2014, e propõe formas de realizar as oferendas reduzindo os efeitos no meio ambiente, como, por exemplo, destinar as sobras de alimentos para a compostagem, a fim de produzir adubo orgânico, e utilizar materiais biodegradáveis. “Se a natureza morre, nós também morremos”, aponta em entrevista ao veículo Ponte Jornalismo.
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